sexta-feira, 13 de abril de 2012

Fases de desenvolvimento (dos 2 aos 3 anos)

Diversos fatores influenciam o desenvolvimento humano, de maneira global são três: biológicos (questões genéticas e orgânicas, maturacionais), psicológicos (as experiências particulares/subjetivas, mentais e emocionais) e sociais (as experiências de relação com os outros e os contextos em que a pessoa está inserida). Não podemos dizer que um desses fatores é determinante por si só no desenvolvimento de uma pessoa. Portanto, quando observamos e estudamos o desenvolvimento humano, temos que ter em mente duas premissas básicas: que cada teoria ou autor acaba por enfocar um aspecto, ou possui uma visão diferenciada e a segunda é que as fases estudadas são apenas uma maneira de sistematizar estudos e conhecimentos, ou seja, cada criança é única e tem seu curso de desenvolvimento (influenciado mínima e globalmente por esses três fatores), e que podemos observar diferenças (normais) de características e idades/tempos dentro de cada fase. Além disso, é necessário destacar que o desenvolvimento humano se dá de maneira espiralada, ou seja, alternam-se ciclos de estabilidade e de desequilíbrio. 

Tendo isto em vista, faremos um apanhado geral sobre algumas características apontadas por diferentes autores para cada fase de desenvolvimento.

Dos 2 aos 3 anos de idade: é uma criança-bebê, já não é mais tão dependente (mais segura, tolerante e cooperativa, pois tem a noção de permanência das coisas, pessoas), mas ainda possui certas limitações. Já possui capacidade de algum domínio corporal/muscular: controle de esfíncteres, mastigação, fala (época em que as palavras florescem), corre, pula, bate etc. Esta segurança tanto emocional quanto física permite que a criança explore as fronteiras buscando conhecer até onde possui autonomia e em que momento precisa ter dúvidas (ou vergonha): agora ela pode experimentar e diferenciar o que é “meu”, “eu” (primeiras construções de identidade) e, para isso, precisa conhecer e destacar suas vontades e diferenciá-las das dos outros, portanto, são épocas de emoções intensas (“eu quero, eu faço”), enfrentamentos, oposições (“não quero, não faço”). A partir dos 2 anos a criança é capaz de simbolizar, ou seja, representa mental ou internamente (e também expressa suas representações através de comportamentos, brincadeiras) os objetos, papeis e pessoas, pois já possui um conhecimento amplo e articulado do mundo e pode criar estratégias de aprendizagem baseadas em suas vivências próximas, cotidianas. Até os 3 anos, a criança é egocêntrica (e não egoísta), ou seja, supõe que todos enxergam o mundo como ela e o julga em função da aparência das coisas.

APROVEITAMOS O TEMA PARA PEDIR HISTÓRIAS, RELATOS, DEPOIMENTOS: QUEM, AO LER ESTE TEXTO, LEMBROU DE SITUAÇÕES QUE VIVENCIOU OU ESTÁ VIVENCIANDO QUE EXEMPLIFICAM ESSA FASE DOS 2 AOS 3 ANOS DE IDADE?
(Conheça mais sobre nosso projeto RELATOS).

Bibliografia:

BEE, Helen. O Ciclo Vital. Porto Alegre: Artmed, 1997.

_____ A Criança em Desenvolvimento. Porto Alegre: Artmed, 1996.

BIAGGIO, Angela Maria. Psicologia do desenvolvimento. Petrópolis: Vozes, 2007.

CAPELATTO, Ivan. Diálogos sobre afetividade. Campinas: Papirus, 2007.

COLL, Cesar; MARQUESI, A. & PALACIOS, Jesus. Desenvolvimento Psicológico e educação, Psicologia Evolutiva. Porto Alegre: Artmed, 1995.

ERIKSON, ERIK H. O ciclo de vida completo. Porto Alegre: Artmed, 1998.

GESELL, Arnold. A criança dos 0 aos 5 anos. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

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