segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Reflexões de um pai - por Rogerio De Rangel Moreira (depois de uma reunião sobre o encerramento do 1º ano)

"Acho que hoje, finalmente (ou não), caiu a ficha que o G5 está chegando o fim. Antes que role aquela música de tcha-tchau já vou embora e o negócio descambe do chororô geral, abaixo algumas reflexões que compartilho...

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Pode ser até que em outros lugares, quando a escola convoca uma reunião, devam chamar o "aglomerado parental" de reunião de pais, mas o que acontece nessa turma do primeiro ano, prefiro chamar de encontro em família. Cheguei atrasado, refleti; vou sentar e ficar quieto. Procurei uma cadeira rapidamente. Me sentei. Achei Carol. Olhei ao redor, a turma reunida e ao invés de rostos estranhos, encontrei amigos. Companheiros de angústias, a maioria, como eu, marinheiros de primeira viagem. Aquele silêncio, acho que durou uns cinco segundos. Estava em casa. 

Do G1 ao G5, 

muitos vieram e foram. Tia Giu, Cibele, Camilla e Ariane. Umas mais preferidas que as outras. Boatos, histórias e fofocas. Umas mais amigas que outras - todas a altura de tomar conta dos pequenos. Teve fralda e tirar a fralda. Chupeta e tirar a chupeta. Aprender a falar, a andar, comer e beber sozinho. Fazer cocô e se limpar. E faz pouco tempo, ler e escrever. Preocupação agora é letra cursiva, matemática e tarefa de casa.

Tendo tanto em comum, ainda somos tão diferentes. Acho que ser pai (e mãe) é a profissão mais democrática do mundo. Pais são pais. Não tem cor, idade, profissão, nem religião. Nos medos e no desafio de educar somos os mesmos, onde não é o ter, mas sim o ser, em comum, que nos define. Em comum também, acreditar na escola até o final do G5.

E teve o Thema. Listas de material. Confusão por causa da lista. 1000 Boletos. Passeios e festas. Festa com confusão e festa legal - na praça, na rua, no taquaral e no Lar Belém. Projeto e filme do projeto. Reclamação que o filho apareceu pouco no filme. Do arroz de formo.

E mesmo assim, achamos, ou pelo menos acho, até agora, na pequena jornada, a melhor escola do mundo. Mas escola sem criança, não existe. Dessa forma, o sucesso da escola, deve-se, em parte, aos nossos filhos, à amizade entre eles e fundamentalmente a nós mesmos, pais. 

Pois dessa forma, e com tanto em comum, ainda assim escolhemos caminhos agora tão diferentes. Que a incerteza da separação se apegue nas lembranças de uma boa fase vivida juntos e como disse o poeta, "que não seja imortal, posto que é chama, mas que seja infinito, enquanto dure"."

2 comentários:

  1. A roda da vida, como costumo falar, não para de girar, e nos surpreende sempre, não só com banalidades,mas, especialmente com reflexões.
    Amo ler, e gosto de escrever algumas coisinhas.
    Achei o texto perfeito, não estou falando em termos gramaticais, isso por si só é evidente, mas, em termos da simplicidade e convicção com que foi escrito.
    Não só palavras, refletem sentimento real, e é maravilhoso saber que quem escreveu é pessoa de pertinho da gente.
    Parabéns ao Thema, que pelas atitudes tomadas, leva um pai a dar esse depoimento.
    Parabéns para Rogerio de Rangel Moreira, meu sobrinho, o pai autor do texto.
    Ana Bonifacio

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    1. Oi Ana!
      Acho que é o "estar pertinho" da escola que permitiu essa experiência e relato tão gostosos!
      Obrigada por "ficar pertinho" também comentando sobre o depoimento do Rogério! Certamente ele colabora para que não só seu sobrinho, mas todas as famílias que lerem, se sintam motivados a participar da educação das crianças até mesmo na escola.
      Abraço,
      Mariella

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